Troca de informações entre cidadãos, com acompanhamento da PM, ajuda a aumentar a segurança com o apoio de “câmeras vidas”
O movimento suspeito de dois homens em bicicletas próximos a um canteiro de obras chamou a atenção de um porteiro no Noroeste. Era noite e a informação foi compartilhada em um grupo de rede social com síndicos e outros profissionais de portaria. Começou ali um monitoramento coletivo, até que comprovou se tratar de um assalto com vítima. A Polícia Militar foi acionada e a prisão dos assaltantes, efetuada.
Tudo foi resolvido com celeridade porque o grupo faz parte da Rede de Vizinhos Protegidos, um bem-sucedido programa de segurança pública da Polícia Militar do Distrito Federal que passa a incluir, a partir deste mês, moradores das quadras 109 e 309 do setor. O bairro, em formação, conta atualmente com pouco mais de 100 blocos habitáveis.
“A ideia é desmotivar o possível comportamento desviante com a interação entre os vizinhos. Com o olhar disciplinado, eles atuam como câmeras vivas, auxiliando nessa vigilância, 24 horas por dia”, explica o chefe da seção da Rede de Vizinhos Protegidos, do 3º Batalhão da PM, capitão José Luiz Barbonaglia
O programa ao longo dos anos vem conseguindo reduzir de forma significativa os casos de criminalidade nos locais onde a comunicação entre os vizinhos, sob a orientação da PM, passou a ser adotada. No Lago Norte, quando foi implantado pelo comando do 24º Batalhão, conseguiu zerar os assaltos com reféns em residências.
O 3º Batalhão da Polícia Militar atende uma população de aproximadamente 250 mil pessoas em uma área de 60 km² que abrange, além do Noroeste, a Asa Norte, o Setor de Oficinas Norte (SOFN), o Setor de Armazenamento e Abastecimento Norte (Saan), o Setor Militar Urbano (SMU) e o Parque Nacional.
Sinalização
No Noroeste, há cinco grupos ativos nas quadras 102; 103/303 e 104/304; 107/307; e 109/309. O quinto inclui os comerciantes da Entrequadra 10/11 e faz parte da Rede de Comércios Protegidos. Na entrada delas, uma placa e os dizeres “Quadra monitorada – Rede de Vizinhos Protegidos”, com o número da central de atendimento da PM, 190, avisa que ali a vigilância é ampliada. A medida, acredita a corporação, reforça a sensação de segurança ao publicitar a comunicação e vigilância entre os vizinhos.
Moradora do Noroeste desde 2017 e síndica de um bloco na 109, Taís Bueno, 34 anos, diz que se sente mais segura desde que o canal na vizinhança foi adotado. Com a inclusão dos moradores, então, a rede de monitoramento humano fica ainda maior e passa, segundo ela, a evitar outros delitos, como furto de cabos de cobre e rachas.
“A ampliação dessa rede de proteção é ótima porque faz com que a vigilância chegue a lugares que os porteiros não conseguem visualizar. Sem falar na interação com os policiais do 3º Batalhão, que é muito boa”, afirma Taís Bueno.