Com 868 textos inscritos, projeto consolida proposta de descentralização


Um momento para festejar o talento de uma nova geração de escritores. Assim foi a tarde desta quarta-feira (7), marcada pela cerimônia de anúncio das obras vencedoras da segunda edição do Prêmio Candanguinho de Poesia Infantojuvenil. Realizada pela Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Distrito Federal (Secec) e com gestão do Instituto Cidade Céu de Arte, Educação e Cultura, a premiação recebeu a participação de 868 crianças e adolescentes, quadruplicando a quantidade de inscritos em relação ao ano passado.

“Realizarmos esse projeto do Candanguinho, que premia crianças e adolescentes por suas primeiras palavras na poesia, é um orgulho e uma alegria enorme pra mim, não só como gestor público, mas como amante das palavras que sou, de formação e de coração. E o melhor de tudo é vermos o resultado dessa segunda edição, que supera nossas expectativas em quantidade de inscritos, mas também na altíssima qualidade dos poemas participantes”, afirmou o secretário de Cultura e Economia Criativa do DF, Bartolomeu Rodrigues.

O evento foi realizado na Biblioteca Nacional de Brasília e transmitido virtualmente, permitindo que estudantes de todas as regiões do DF pudessem conhecer os 30 vencedores da premiação. Os mestres de cerimônia foram Jones Abreu Schneider, diretor-presidente do Instituto Cidade Céu de Arte, Educação e Cultura; Cristiane Sobral, escritora e curadora do projeto; e Beth Fernandes, assessora de Relações Institucionais da Secec e uma das juradas. Entre os anúncios do trio, estiveram os números que comprovam o sucesso do Candanguinho.

 

“O principal objetivo do Prêmio Candanguinho é de promover o incentivo ao livro, à leitura e à oralidade, como parte de uma política pública da Secretaria de Cultura e Economia Criativa e da Biblioteca Nacional de Brasília, que a gente pretende que se solidifique e cresça a cada ano. Mas o mais importante é isso: difundir essa literatura, que nasce na casa de cada um de nós” – Beth Fernandes, assessora de Relações Institucionais da Secec

 

Um dos objetivos desta segunda edição era o de dobrar o número de participantes, já que foram 180 inscritos na edição do ano passado. Essa meta foi amplamente batida com as 868 contribuições recebidas. Os prêmios serão entregues para os melhores trabalhos nas três categorias: Infantil (de 6 a 12 anos), que obteve 41,7% do total das inscrições; Juvenil (de 13 a 17 anos), com 57,3% das participações; e pessoas com deficiência (de 6 a 17 anos), com 1%. O público feminino ficou com 65,9% das inscrições e o masculino, 34,1%.

“Todos vocês que escreveram são vencedores, pois a escrita passa por esse processo de ser exercitada. Escrevam mais, escrevam sempre! Para nós, é uma responsabilidade muito grande colocar o nome de vocês em uma lista, porque a gente sabe que é um resultado que fala sobre uma cidade, uma região, uma escola, uma comunidade, uma família. Então, os vencedores são os porta-vozes de coletivos, pois a escrita é um ato coletivo”, destacou Cristiane Sobral.

A área de abrangência das participações também foi largamente ampliada em relação ao ano anterior, com contribuições de 30 das 33 regiões administrativas e de oito cidades que fazem parte da Região Integrada de Desenvolvimento (Ride). Entre os vencedores, os 30 trabalhos vieram de 13 regiões administrativas diferentes e de duas cidades da Ride (Buritis, de Minas Gerais, e Valparaíso de Goiás). Ceilândia e Taguatinga tiveram cinco premiados cada, e o Plano Piloto, três. Como a categoria PcD só fechou sete contemplados, Juvenil passou a 12 vencedores e infantil, 11. Dos contemplados, 18 poemas são de escolas públicas e 11, de escolas particulares.

As dez primeiras poesias colocadas em cada categoria serão publicadas em livro e os três melhores poemas de cada uma das categorias receberão dispositivos eletrônicos (smartphone, tablet e leitor de e-book, respectivamente) como prêmios.

“É importante lembrar que o livro vai ser impresso, distribuído aos vencedores, disponibilizado aqui na Biblioteca Nacional, mas vai ter também uma versão em e-book, em audiolivro e em braile, para que as pessoas com deficiência também possam ler e admirar os poemas vencedores”, destacou Beth Fernandes.

“O principal objetivo do Prêmio Candanguinho é de promover o incentivo ao livro, à leitura e à oralidade, como parte de uma política pública da Secretaria de Cultura e Economia Criativa e da Biblioteca Nacional de Brasília, que a gente pretende que se solidifique e cresça a cada ano. Mas o mais importante é isso: difundir essa literatura, que nasce na casa de cada um de nós”, completou ela.

Veja a lista dos poemas selecionados:

Infantil

1) Naomi Santana Portela​ – Desmatamento
2) Maria Luísa Galeno​ – Amor às diferenças
3) Beatriz Fariello​ – Sofia vazia
4) Milena Ladislau Maia​ – A poeira
5) Henrique Rudá Pucci Cavalcante​ – Mar
6) Nina Lyra Ramos Camanho de Assis​ – Meus dez anos
7) Maria de Lourdes Pitangui do Prado Abreu​ – Na casa de Vó Marilda
8) Manuella Moraes Lima​ – O que a mulher poder ser
9) Neymar Almeida Santos​ – A importância da educação
10) Isabela de Assunção Lima​ – Tesouro
11) Nathália Maria​ – Por águas cintilantes

Juvenil

1) Sara Barbosa Paixão – Canta teu poder
2) Sophia Dias Gomes Chaves de Melo ​– Mártires da Amazônia
3) Gabriel Ramalho Pereira Vasconcelos​ – A Poesia em sua forma humana
4) Helena Barreto Daldegan​ – Furos no telhado
5) Maria Eduarda Moura de Jesus​ – Caryocarbrasiliense
6) Maria Clara da Rocha Soares​ – Destino Matado
7) Iara Witgen Fialho ​– Arco-Íris
8) Gabriel Motinho Morato – Calando as críticas
9) Gabriel Ayres de França​ – O amor cura
10) Davi Ferreira Vidal​ – Soneto ao medo
11) Andriele Soares Aragão – Paixão Arretada
12) Maria Eduarda de Paula Costa de Deus​ – Mina, mana, mãe, mulher

PcD

1) Kennedy Fernando Alves Macedo – ​Sonhos
2) Leo Luiz Lopes Canto – ​A natureza
3) Giovanna Helena Cavalcante​ – Isolamento
4) Sergio Felippe Gusmão de Araújo​ – Um pequeno autista
5) José Neves Navarro​ – O Construtor
6) Marlon da Costa Borges​ – Eu sendo eu
7) Nicolas Henrick Sousa Melo​ – Passeio de carro com papai

Caravana Candanguinho

A descentralização do II Prêmio Candanguinho foi resultado de um trabalho intenso de divulgação. Além das mídias tradicionais e das redes sociais, chamou a atenção a passagem lúdica da Caravana Candanguinho por diversas escolas da região, com trovadores encenando músicas e declamando poesias. As instituições de ensino médio também foram palco de apresentações de slammers, que falavam a língua dos jovens, atraindo a atenção para o projeto e as inscrições. Em instituições voltadas aos PcDs, o jovem Luís Eduardo foi responsável por contação de histórias, acompanhado da descrição audiovisual.

Ao todo, os agentes candanguinho caminharam pelas oito macrorregiões do DF divulgando as inscrições com 10 mil filipetas e 300 cartazes. Um dado importante sobre o sucesso das ações lúdicas do projeto é que 41% das inscrições vieram de dez escolas visitadas. “Não tenho dúvida de que essas ações e o envolvimento de inúmeros professores, e também dos pais, contribuíram para que obtivéssemos esse resultado tão expressivo”, revela Jones Abreu Schneider, diretor-presidente do Instituto Cidade Céu de Arte, Educação e Cultura.

Para se ter uma ideia dessa descentralização, a primeira colocada na categoria Juvenil é da região administrativa do Sol Nascente/Pôr do Sol; o vencedor na categoria PcD é de Ceilândia; e na categoria Infantil, o primeiro lugar veio do Plano Piloto. Destaque para as públicas Escola Classe 22 do Gama e Centro de Ensino 11, que tiveram dois poemas contemplados cada uma. Ceilândia teve o maior percentual entre os inscritos, com 52,7%, seguida por Taguatinga (9%), Guará (7,3%), Plano Piloto (6,2%) e Santa Maria (5,4%). As escolas particulares foram maioria, com 61,7%, frente a 38,3% das públicas.

Curadoria e comissão julgadora

A curadoria do projeto foi de Cristiane Sobral, atriz, escritora, dramaturga e poetisa radicada em Brasília e indicada, neste ano, ao Prêmio Jabuti. Os jurados foram os escritores Beth Fernandes, Isolda Marinho, Gracia Cantanhede, Maurício Witczak e Sheila Gualberto Borges Pedrosa. “Originalidade, criatividade e o uso adequado da linguagem própria do gênero foram alguns dos aspectos observados pelos jurados. Isso confirma o êxito do concurso na promoção de ações formativas de inclusão e incentivo à leitura, ao mesmo tempo em que consolida Brasília como celeiro da produção literária”, comenta Cristiane Sobral.

A festa de premiação será no dia 16 de dezembro, às 15h, no Teatro Plínio Marcos (localizado no Eixo Cultural Ibero-americano). Além da entrega dos prêmios, o evento também contará com apresentações culturais, como o grupo Patubatê, os slammers Singelo e Madim e a banda Refrão de Mármore. Os ingressos são gratuitos e devem ser retirados pela plataforma Sympla.

Serviço

Resultado e Entrega do II Prêmio Candanguinho de Poesia Infantojuvenil
Data: 16 de dezembro, às 15h
Local: Teatro Plínio Marcos (Eixo Cultural Ibero-americano)
Entrada franca. Clique aqui para retirar o ingresso.
Saiba mais emhttps://premiocandanguinhodepoesia.com/