Dezembro Vermelho reforça a necessidade da prevenção e assistência para as doenças. No DF, a tendência é de redução do número de novos casos
Dezembro é o mês dedicado para lembrar a importância da prevenção, assistência, proteção e promoção dos direitos humanos de pessoas que vivem com HIV/Aids e outras infecções sexualmente transmissíveis. No Distrito Federal, 13 mil pacientes fazem tratamento na rede pública, sendo que, em 2021, foram registrados 590 novos casos de HIV, 179 novos casos de Aids e 76 óbitos, números que reforçam a importância do Dezembro Vermelho.
Para qualquer doença, a prevenção é sempre o melhor remédio. Sendo assim, a rede pública oferece exames, diagnósticos, medicamentos e acompanhamento gratuitos à população.
“É melhor descobrir a doença com exame do que com uma manifestação clínica” – Lívia Gomes Pansera, referência distrital em infectologia
O teste rápido para diagnóstico de HIV/Aids pode ser feito nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs) e também no Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA), na Rodoviária. Já os locais de tratamento são as policlínicas do Lago Sul, Ceilândia, Taguatinga, Paranoá e Gama; Hospitais de Base e de Santa Maria, Ceilândia e Sobradinho; Hospital Universitário de Brasília e também no Centro Especializado em Doenças Infecciosas (Cedin), antigo Hospital Dia.
“Quem se trata leva uma vida normal, acaba tendo qualidade de vida, por isso é importante que as pessoas testem. O fato de não ter o diagnóstico não livra a pessoa da exposição que ela possa ter tido, mas quanto antes ela tiver um resultado, melhor. É melhor descobrir a doença com exame do que com uma manifestação clínica”, explica a médica e referência técnica distrital em infectologia, Lívia Gomes Pansera, ao falar da importância do Dezembro Vermelho.
Livia Pansera explica que os pacientes devem ter acompanhamento médico e que podem solicitar exames para detecção de infecções sexualmente transmissíveis. “Hoje existe a recomendação para que o médico solicite exames gerais e que também sejam solicitados sorologia e hepatites virais. É interessante que o paciente procure o Centro de Testagem e Aconselhamento ou unidades da Atenção Primária”, indica.
“Aqui no DF temos diagnosticado precocemente as pessoas vivendo com HIV e essas pessoas estão se tratando e não estão desenvolvendo a forma mais grave da doença, que é a Aids” – Beatriz Maciel Luz, gerente de Vigilância de Infecções Sexualmente Transmissíveis
No DF, a tendência nos últimos anos é de redução do número de novos casos de HIV e adoecimentos e óbitos por Aids, o que revela a procura pelo diagnóstico precoce e adesão ao tratamento. De 2016 a 2020, foram diagnosticados, em média, 701 casos por ano e, no mesmo período, 306 novos casos de Aids. Já os óbitos por Aids tiveram uma média anual de 105 ocorrências nesses cinco anos.
Prevenção e tratamento
A Secretaria de Saúde do DF atua desde o fornecimento gratuito e livre de preservativos nas unidades de saúde até o tratamento dos pacientes. O principal auxílio ao paciente é a possibilidade de fazer a testagem do vírus HIV e de outras infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), como sífilis e hepatite, nos postos de saúde.
Os prontos-socorros da rede hospitalar e as unidades de pronto atendimento (UPAs) também fornecem os medicamentos da Profilaxia Pós-exposição (PEP), para pessoas que tiveram exposição sexual consentida, por violência sexual ou exposição a materiais perfurocortantes contaminados.
O tratamento adequado, e no momento oportuno, tem possibilitado que 92% dos pacientes com HIV/Aids em tratamento no DF estejam atualmente com carga viral indetectável, reduzindo a chance de desenvolverem infecções oportunistas ou até mesmo de transmitirem para outra pessoa. Por isso, hoje em dia, o tratamento também é sinônimo de prevenção.
* Com informações da Secretaria de Saúde