Depois de quase um ano dentro de casa por conta da pandemia de covid-19, pais buscam locais com atividades seguras para o recesso de janeiro. As colônias de férias precisaram se adaptar ao contexto de cuidados com o novo coronavírus. O número de participantes nas atividades foi reduzido e os protocolos sanitários atualizados para evitar contágios.
O centro de atividades infantis Plim, na Asa Norte, oferece aulas de línguas, danças e lutas no contraturno escolar e também colônia de férias. Neste ano, algumas adaptações foram necessárias para manter a segurança de filhos, pais e trabalhadores. “Estamos com grupos de sete crianças em média, de 4 a 12 anos, com limite máximo de 35 crianças. Antes, recebíamos até 70 crianças”, conta Daniel Lima, educador físico e responsável pela colônia de férias do centro.
“Estamos seguindo todos os protocolos e recomendações. As crianças e os monitores estão de máscaras o tempo todo, além de usar álcool em gel com frequência”
Apesar de tantos cuidados, Daniel afirma que a procura tem sido menor do que a observada antes da pandemia. Segundo ele, por conta da diminuição na demanda, os preços também foram reduzidos. “Os pacotes semanais ficaram, em média, 40% mais baratos.
Houve redução da estrutura por conta da menor procura. Este ano, não teremos os passeios externos e contaremos apenas com um brinquedo inflável, com controle da quantidade de crianças por vez”, explica.
Leandro Silva, 39 anos, inscreveu o filho Benjamim, de 10, para participar de três semanas das atividades. “Fico receoso por conta da pandemia, mas a equipe vai tomar cuidado, o que me tranquiliza”, afirma o morador de Sobradinho.
Leandro, que é funcionário público, conta que o filho participa das atividades de férias no local há pelo menos cinco anos. “Desta vez, não vai ter passeios e o ambiente será bem controlado. Benjamim ficou praticamente um ano dentro de casa, então, essa foi a maneira que encontrei de dar um alívio para ele, com atividades diferentes, fora de casa e num lugar seguro”, pontua. “Ele estava tendo aulas a distância, mas agora está de férias. Por isso, a parte psicológica está bastante afetada”, observa o pai, que trabalhou em regime de home office de março a outubro de 2020.
Ajustes
“Tudo mudou, desde as atividades até a organização. Não vamos ter brinquedos infláveis, mas teremos oficinas, que são atividades em espaços maiores, onde é possível manter maior distanciamento entre as crianças”, afirma a diretora do Centro Educacional Brink Kids, Gisele Pontes. A instituição fica em Vicente Pires e, nesta edição da colônia de férias, foram necessários alguns ajustes. Oficinas de recicláveis, construção de brinquedos, fabricação de massa de modelar e brincadeiras antigas estão entre as atividades programadas.
Gisele também destaca mudanças por parte dos pais. “A gente observa muita insegurança, apesar de todos os cuidados. Tanto que estamos com apenas 10 crianças inscritas. Antes, nesta época, já tínhamos cerca de 30”, relembra. Apesar da diminuição na quantidade de participantes, a Brink Kids conseguiu manter a quantidade de monitores de antes da pandemia. As atividades terão duração de duas semanas, começando em 11 de janeiro.