Atualmente, 819 idosos frequentam os 16 Centros de Convivência e Fortalecimento de Vínculos do DF
As unidades trabalham mensalmente diversas temáticas, sempre priorizando o bem-estar e as atividades físicas. Prevenir situações de risco social garantindo envelhecimento saudável por meio da atividade física. Por ser esse um dos objetivos do serviço, todos os projetos desenvolvidos mensalmente nos 16 Centros de Convivência e Fortalecimento de Vínculos (Cecons) do Distrito Federal trabalham temáticas diversas, mas sempre priorizando o bem-estar e os momentos de lazer e exercícios.
“Para os percursos desenvolvidos com os grupos de adultos e idosos, a utilização de atividades lúdicas com um viés físico tem sido avaliada pelas equipes como estratégia poderosa para o alcance dos objetivos específicos do Serviço Convivência e Fortalecimento de Vínculos (SCFV) voltados para os referidos ciclos de vida” Clayton Andreoni Batista, diretor de Convivência e Fortalecimento de Vínculos da Sedes
Cada percurso, como são chamados esses projetos no âmbito do serviço de convivência, é preparado pelas equipes da unidade, considerando as características e demandas dessa faixa etária, as particularidades do território, valorizando a vivência em grupo e a troca de experiências.
No Cecon Bernardo Sayão, por exemplo, junho foi o período de falar sobre as manifestações regionais. Durante todo o mês, os idosos que frequentam a unidade participaram semanalmente de bate-papos sobre o tema e ajudaram a organizar os detalhes da festa junina que fechou o projeto. E a atividade física não ficou fora.
“Fizemos trabalhos manuais, confecção das bandeirolas com reaproveitamento de materiais e atividades físicas, por meio de jogos e brincadeiras que movimentam o corpo e que têm nas festas juninas”, destaca o chefe do Cecon Bernardo Sayão, André Carvalho de Paula.
O Cecon Bernardo Sayão tem, hoje, 100 pessoas inscritas no grupo intergeracional, entre adultos e idosos com mais de 60 anos. A unidade, gerenciada pela Secretaria de Desenvolvimento Social (Sedes), fica na QNM 36/38, AE Setor M Norte, Taguatinga.
“É importante eles saberem que o centro de convivência é um local deles. Toda a elaboração da festa foi pensada para fortalecer o sentimento de pertencimento social e comunitário e propiciar vivências. As atividades físicas são adaptadas, mas não ficam de fora, porque garantem saúde e autonomia física”, reitera André de Paula.
Ana Lucia Marques tem 67 anos e há cinco é atendida pelo Cecon Bernardo Sayão. O que ela mais gostou no percurso foram as brincadeiras realizadas durantes os encontros. “Das atividades, gostei de brincar de amarelinha. Vim de Caruaru (PE) para Brasília aos 8 anos de idade. Foi bom poder lembrar das brincadeiras da minha infância. Também participei da quadrilha, dancei. Me divirto muito com essas festas. Todos são atenciosos, têm muito cuidado com a gente”, conta a idosa.
Já Cecília Santos de Oliveira Gonçalves, 71 anos, ficou animada em poder participar da organização da festa junina neste ano. “Teve quadrilha, bingo, muito comida boa, todos se empenharam muito. O convívio com minhas colegas e os educadores me faz muito bem, fico maravilhada. Me sinto jovem quando estou fazendo as atividades no centro de convivência. Eles nos motivam”, comemora.
“Sempre fui muito reservada. Eu me tremia quando tinha que falar um ‘oi’ com as pessoas. Mas fico mais leve quando vou para o Cecon conversar com as minhas colegas, fazer os trabalhos. Lá, faço meus exercícios” – Cecília Gonçalves, moradora de Taguatinga
Cada detalhe da decoração, a alimentação, as brincadeiras, a quadrilha, tudo foi pensado e planejado em conjunto pelos educadores sociais e o grupo, formado na maioria por idosos com mais 60 anos. “Na quadrilha, fui a Rainha da Pipoca, foi muito legal. Todos participaram, cada um levou uma coisa”, relata.
Natural do Piauí, Cecília Gonçalves veio para Brasília com o marido em 1972. Há mais de cinco anos, ela frequenta o Cecon Bernardo Sayão, onde conseguiu manter a rotina de atividades físicas e fez novos amigos.
“Sempre fui muito reservada. Eu me tremia quando tinha que falar um ‘oi’ com as pessoas. Mas fico mais leve quando vou para o Cecon conversar com as minhas colegas, fazer os trabalhos. Lá, faço meus exercícios”, relata a idosa moradora de Taguatinga Norte.
O diretor de Convivência e Fortalecimento de Vínculos da Sedes, Clayton Andreoni Batista, ressalta a importância de incluir atividades físicas na garantia da qualidade de vida das pessoas idosas que frequentam as unidades.
“Para os percursos desenvolvidos com os grupos de adultos e idosos, a utilização de atividades lúdicas com um viés físico tem sido avaliada pelas equipes como estratégia poderosa para o alcance dos objetivos específicos do Serviço Convivência e Fortalecimento de Vínculos (SCFV) voltados para os referidos ciclos de vida, principalmente por maximizarem as possibilidades de interação, inclusão e promoção da convivência, além de contribuírem para um processo de envelhecimento ativo, saudável e autônomo”, enfatiza o gestor.
Centro de convivência
O Cecon é uma unidade pública de assistência social que atende famílias e indivíduos em situação de vulnerabilidade e risco social. O serviço é realizado em grupos, separados por faixas etárias, para complementar o trabalho social que é feito com essas famílias e prevenir situações de risco social.
O DF tem 16 Cecons de execução direta da Sedes, além das instituições parceiras e dos Centros de Referência de Assistência Social (Cras) que oferecem o serviço
No caso das pessoas a partir de 60 anos, o SCFV atende idosos beneficiários do Benefício de Prestação Continuada (BPC), idosos de famílias beneficiárias de programas de transferência de renda, idosos com vivências de isolamento social por ausência de acesso a serviços e oportunidades de convívio familiar e comunitário e cujas necessidades, interesses e disponibilidade indiquem a inclusão no serviço.
Segundo a secretária de Desenvolvimento Social, Mayara Noronha Rocha, com a retomada das atividades presenciais nos Cecons, a intenção é manter a rotina de exercícios e de comemorações com segurança nas unidades socioassistenciais.
“Esses eventos promovem a socialização e a sensação de pertencimento dos usuários com a unidade, com o grupo e a comunidade onde eles estão inseridos, que é um dos focos do serviço. São experiências que fortalecem o respeito, a solidariedade e os vínculos familiares e comunitários. Vamos retomando aos poucos, sempre avaliando as condições sanitárias para garantir a segurança de servidores e usuários”, pontua.
*Com informações da Secretaria de Desenvolvimento Social do DF