Primeiro governador a impor medidas duras de restrição contra o coronavírus, Ibaneis Rocha (MDB) recebe pressão de todos os lados para flexibilizar de vez as regras no DF. Setor produtivo, templos religiosos e a presidência da República compõem o grupo que pede ao emedebista a liberação de atividades. Na visão do Planalto, Brasília pode ser exemplo e incentivar o resto do país a deixar o distanciamento mais severo, como apregoa Bolsonaro.

Ibaneis dá sinais de que, ao menos em alguns pontos, vai ceder, mas há riscos. Se der certo, ganha força política com a presidência (e o DF depende muito da União) e com empresários. Se der errado, a crítica vai ser grande. A aposta do governador se baseia na análise dos técnicos do governo que acreditam que a posição do GDF até aqui conseguiu frear a contaminação a tempo de estruturar o sistema de saúde e na testagem em massa.

Aproximação

Nos últimos dias, ficou evidente a reaproximação de Ibaneis com o presidente Jair Bolsonaro. O governador chegou a criticar o chefe do Planalto no início da crise, mas, depois, amenizou o discurso e a reconciliação foi se construindo. A fala de Bolsonaro no encontro de segunda teve tom de pedido de ajuda e Ibaneis, pela primeira vez, falou mais do que ouviu.

Privacidade

Está em tramitação na Câmara Legislativa um projeto de lei para permitir e regulamentar a análise de dados digitais de geolocalização para apoiar medidas de combate ao coronavírus. A proposta é da distrital Júlia Lucy (Novo). Na proposição, ela defende que os recursos possam ser usados apenas durante a pandemia, “sob pena de criar-se um regime autoritário”, e que o acesso aos dados seja agrupado sem identificação pessoal. “A privacidade inserida nesse modelo é de suma importância para que seja preservado o sigilo, o respeito, a vontade, o livre consentimento e ainda a confidencialidade dos dados dos indivíduos”, justifica.

Cultura pede socorro

Um grupo de ex-conselheiros de Cultura do Distrito Federal elaborou um documento para pedir apoio do Executivo e do Legislativo. O setor foi atingido drasticamente pela pandemia do novo coronavírus, que motivou a proibição de shows e espetáculos. Entre as medidas sugeridas por eles está o aumento do recurso do edital emergencial Conecta Cultura, da Secretaria de Cultura e Economia Criativa, e o pagamento urgente de recursos do Fundo de Apoio à Cultura (FAC).